sexta-feira, 10 de junho de 2011

Retrai, filhinha, a tua emoção. Cuidado que o amor te corta o coração.

“Ai, vó!
Como é difícil seguir teus sermões!
Se fossem oferendas
de um bem-querer
Em vez de encomendas
deste mal-dizer..."

“Ai, vó!
Ficar sem merenda...
é muito pra mim.
No meu peito se abre
uma fenda sem fim.

Ficar sem abraço,
não dizer que sim.
O que eu quero da vida
é um beijo carmim!

Pedir para dar menos
a quem só dá mais...
Não posso, vovó!
Sou toda demais.

Demais sol que arde
demais coração.
Demais por ser tarde,
por não dizer não."

Menina se ancora
na tarde que chora.
Encosta-se ao ombro
da tarde de amora.

Debruça na ponte
e enrola a tristeza.
E joga o novelo
na correnteza.

"Para um certo alguém
eis minha promessa:
expando meu peito
e abro minhas asas.

E mais que depressa
ponho a vida em brasas
E bem do meu jeito
comigo te casas."







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