Nobre poeta que longe te encontras,
para que tão longe,
e por onde te encontras?
Ainda ontem
estavas no Rio.
Curvado ao livro,
sentado ao mar.
Hoje o Rio que está em ti.
Ainda ontem estavas
Misturado à natureza
Cons-tru-in-do um no-vo rit-mo
Afogado de beleza.
Bebendo da cidade
inteirinha realeza.
Hoje, longe te encontras.
Ó poeta e querido mestre,
prestígio e carícia
que corre nos ventos.
Que adentra a espuma
e sopra nos montes.
E vem pelos montes
pra dentro da gente.
pra dentro da gente.
Poeta fino, poeta duro.
No frio do mármore os ralos cabelos.
Teu nariz marmóreo,
teu queixo murmúrio...
(por baixo da pele
sussurram
apelos).
A uma altura da vida
quiseste ficar
como um nosso presente,
à beira do mar.
No calor da calçada
pra gente passear.
No mar estás escrito.
Ontem, moras na cidade.
Hoje ela que te habita.
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