domingo, 19 de junho de 2011

filhos

Vocês parece que gritam,
que  esperneiam dentro de mim.
Berram, chutam, se agitam
num barulho sem mais fim.

 Mas me diz: quem são vocês?
Sim: são todos fragmentos...
De quem eu fui, de quem eu era..
Vocês não passam de sentimentos!

Vocês são meus, só meus lamentos.
Com vocês só há quem possa!
Não provocam ferimentos.
A dor minha vira a nossa.

E se eu não abraçá-los,
quem é que vai contê-los?
E se eu não enlaçá-los,
como é que vão-se os medos?

Se eu não envolvê-los...
Quem sou eu se não sou tê-los?

(Mas a ideia fica em meio
Um bocejo sobreveio).

Sou eu que devo abraçá-los!
Eu nasci para contê-los...
E ao sentir que os abraço
Sonho um sonho de camelos.

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