sexta-feira, 10 de junho de 2011

cravínea

Quem me dera ser a flor
Que quer desabrochar
E com o mesmo prazer
Abraça a hora de murchar.

Aceita anoitecer
Porque sabe eternecer.

Pétala a pétala
vai desnascendo
e em outro mundo
vem amanhecendo.

Desabrocha para dentro
Sem pesar e com carinho.
No seu talo equilibrada
Tem amor por seus espinhos.

Sabe a hora de crescer,
Sabe a hora de parar.
A hora de existir
E o tempo de murchar.

Murchar
Como acabasse de brotar
Perecer
Como acabasse de nascer...

A dor de existir
Não é ter que murchar.
A dor de existir
É só querer desabrochar...
Depois que a gente nasce
Não sabe a hora de parar...

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