I.
Vi então uma menina.
Sua cor era: que linda.
Vejo-a tão peregrina
e tristemente me enrisonho.
Ponho-me a pensar que ainda
seu cabelo é cor de sonho...
"Queria pegar-te ao colo,
levar-te a ver o mar.
Sem podê-lo, me consolo
imaginando-te chorar."
II.
"Que é que aconteceu contigo,
que não rimas, que não choras?
Te esqueceste que um amigo
abranda-te o passar das horas?
Se tu escreves, tu te moves
rumo a um elevado andar.
Quero que tu te renoves
vejas que escrever é orar.
Então orarei por ti,
minha primeira comunhão.
Sei que não fui batizada
mas te quero dar a mão.
Une-te a mim pelos versos,
levantaremos do chão."
E assim vai o poeta, como hábil escultor/esculpindo em pássaro/imprimindo em nuvem/o seu amor/com lápis de cor./Lapida em tudo que é morto/quanto é bom ser vivo./Tudo que um dia foi e quis ser de novo/emerge a pleno no coração do poeta./Sereias que súbito sobem à superfície.
sábado, 18 de maio de 2013
sexta-feira, 17 de maio de 2013
No vestido dos teus mares
Ler-te o mundo, agora nova,
lembra o gosto do mamão.
Lembra ser flor contra a luz,
filha em desobrigação.
Ler-te novo, mundo velho,
tem um timbre de descanso!
Ora rouco,
ora manso...
Como aqueles que ressoam
no interior de Notre-Dame.
Muito grata sou às asas
que sem saber tu me deste.
Com elas urdi minha veste
veste de filha do mundo.
O belo mar das palavras
é de longe o mais fecundo.
lembra o gosto do mamão.
Lembra ser flor contra a luz,
filha em desobrigação.
Ler-te novo, mundo velho,
tem um timbre de descanso!
Ora rouco,
ora manso...
Como aqueles que ressoam
no interior de Notre-Dame.
Muito grata sou às asas
que sem saber tu me deste.
Com elas urdi minha veste
veste de filha do mundo.
O belo mar das palavras
é de longe o mais fecundo.
superfície
Quantos de vós,
ó seres difusos
cabem n´um meu respirar?
Deus meu pai, como é confuso
respirar fora do mar!
ó seres difusos
cabem n´um meu respirar?
Deus meu pai, como é confuso
respirar fora do mar!
diamante peregrino
Samuel, meu andarilho...
Estarei te esperando
até que entres no trilho.
Até o dia que enfim chegues
dentro do meu estribilho
e em troca me presenteies
com a estranheza do teu brilho,
nos estamos esperando.
Que eu te possa me ajudar,
voltar a viver brilhando.
Estarei te esperando
até que entres no trilho.
Até o dia que enfim chegues
dentro do meu estribilho
e em troca me presenteies
com a estranheza do teu brilho,
nos estamos esperando.
Que eu te possa me ajudar,
voltar a viver brilhando.
ancorando
Que engraçado ir te encontrar
vestida de ver o mar.
Tu com cara de esperar
que eu não te venha a lembrar!
Obrigada, parabéns.
Bom saber que tu me tens.
Nem tanto ao mar...
Sim, por certo.
Terra à vista
é estar mais perto.
vestida de ver o mar.
Tu com cara de esperar
que eu não te venha a lembrar!
Obrigada, parabéns.
Bom saber que tu me tens.
Nem tanto ao mar...
Sim, por certo.
Terra à vista
é estar mais perto.
"todas estas pegadas eu já conheço"
Momento particular de fazer milagre:
deitar na grama e
ficar olhando para aquela lanterna da alma,
esquecida acesa lá no céu.
Toda marcas de sapatos
porém branca como véu.
deitar na grama e
ficar olhando para aquela lanterna da alma,
esquecida acesa lá no céu.
Toda marcas de sapatos
porém branca como véu.
o bom pai
Ai que belo é o país
desta Língua Portuguesa!
Tantas formas e raízes
Normas, rimas, diretrizes...
Nele estão tantos matizes
quanto os têm a água fria.
Desamarrou-lhe as barreiras
Esmigalhou-lhe as fronteiras
este seco fresco vento
que se chama poesia.
desta Língua Portuguesa!
Tantas formas e raízes
Normas, rimas, diretrizes...
Nele estão tantos matizes
quanto os têm a água fria.
Desamarrou-lhe as barreiras
Esmigalhou-lhe as fronteiras
este seco fresco vento
que se chama poesia.
nem tanto ao mar
- "Diz-me, que te foi deixando
dura e encruada assim?
Eras crua, hoje és nua
Nua de interesse em mim...
- Não sejas tão complacente.
Assusta o que muito sente!"
Sinto que és como a maré
à mercê da tempestade.
Deixas que te invada o vento
infiel da minha vontade.
E que se te evada o alento
frente ao frio da minha verdade...
Perdes um pedaço cada
vez que apraz-me não ser fada.
As tuas luzes já não piscam
dentro da minha cidade...
E a flor do meu desejo
se apequena, vai murchando.
Se enraíza firme à terra
do não deixar esperando.
dura e encruada assim?
Eras crua, hoje és nua
Nua de interesse em mim...
- Não sejas tão complacente.
Assusta o que muito sente!"
Sinto que és como a maré
à mercê da tempestade.
Deixas que te invada o vento
infiel da minha vontade.
E que se te evada o alento
frente ao frio da minha verdade...
Perdes um pedaço cada
vez que apraz-me não ser fada.
As tuas luzes já não piscam
dentro da minha cidade...
E a flor do meu desejo
se apequena, vai murchando.
Se enraíza firme à terra
do não deixar esperando.
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