não existe remédio pr´a alma:
é sentar e escrever.
só assim é que o relógio
ao mundo pára de bater.
coração do tempo, vibra!
já não hei de te temer.
vem deitar
aqui no meu leito
vem entrar
aqui no meu peito
e escuta o silêncio
que a idade deixou...
foi aqui que os seus motores
a cidade estacionou!
fecha os ouvidos e escuta
o que a noite preparou...
o porão-túnel do tempo
nossa alma evaporou.
E assim vai o poeta, como hábil escultor/esculpindo em pássaro/imprimindo em nuvem/o seu amor/com lápis de cor./Lapida em tudo que é morto/quanto é bom ser vivo./Tudo que um dia foi e quis ser de novo/emerge a pleno no coração do poeta./Sereias que súbito sobem à superfície.
terça-feira, 18 de junho de 2013
moon river ("o" de amor)
"Morde com gosto
a cereja da vida.
Gostoso é ser doce
depois de sofrida."
vó, vem pra perto
mais perto de mim.
sou teu recomeço
e não o teu fim.
se eu te aconteço,
p´ra ti digo sim,
a vida mereço:
já moras em mim.
eu te pertenço
e de ti preciso.
só assim que posso
não mais ser narciso...
me deixo fluir
me deixo levar
como um rio miúdo
correndo pro mar.
o rio está rindo...
não pode parar.
o mar é tão grande.
e só sabe amar.
a cereja da vida.
Gostoso é ser doce
depois de sofrida."
vó, vem pra perto
mais perto de mim.
sou teu recomeço
e não o teu fim.
se eu te aconteço,
p´ra ti digo sim,
a vida mereço:
já moras em mim.
eu te pertenço
e de ti preciso.
só assim que posso
não mais ser narciso...
me deixo fluir
me deixo levar
como um rio miúdo
correndo pro mar.
o rio está rindo...
não pode parar.
o mar é tão grande.
e só sabe amar.
longas tentações
O que a tarde em mim provoca
em todas as estações?
Verão...
verão...
Pelo fio dourado da tarde
vem descendo o meu verão.
Ah, verão, se és meu trem
quero ser tua estação!
Vem verão, encosta ao meu
este teu cálido rosto.
Antes que o sol lentamente
em abril tenha se posto...
em todas as estações?
Verão...
verão...
Pelo fio dourado da tarde
vem descendo o meu verão.
Ah, verão, se és meu trem
quero ser tua estação!
Vem verão, encosta ao meu
este teu cálido rosto.
Antes que o sol lentamente
em abril tenha se posto...
"menos que nada, etéreo sopro" - a uma bailarina
Ah, menina-vento...
que tarde tão fresca
sopra em teus cabelos!
Rajada de alento
à minh´alma de apelos.
Se eu não posso viver-te,
se eu não posso dançar-te,
ao menos de longe
serei tua parte:
Derrama no palco
o teu corpo de arte...
que tarde tão fresca
sopra em teus cabelos!
Rajada de alento
à minh´alma de apelos.
Se eu não posso viver-te,
se eu não posso dançar-te,
ao menos de longe
serei tua parte:
Derrama no palco
o teu corpo de arte...
mímolos
Bem-vindo à Casa
dos Sentimentos Transparentes.
É só aqui que eu sei morar.
Aqui não é
o lar que faz os parentes
Aqui os parentes constroem
com sábia paciência
e sólidas pedras do mar
o líquido cristal...
a lenta morada do amar.
dos Sentimentos Transparentes.
É só aqui que eu sei morar.
Aqui não é
o lar que faz os parentes
Aqui os parentes constroem
com sábia paciência
e sólidas pedras do mar
o líquido cristal...
a lenta morada do amar.
à de sempre
Aquelas que fomos
um dia crianças
nos fazem quem somos
em nossas andanças.
Caminhamos juntas,
as quatro de mãos dadas.
É nossa e é delas
a longa jornada.
A estrada é sem volta...
E tão longa é a ida!
Que leve lhe torna
uma amiga querida...
Amiga querida é pouca palavra.
A palavra certa é toda-uma-vida.
um dia crianças
nos fazem quem somos
em nossas andanças.
Caminhamos juntas,
as quatro de mãos dadas.
É nossa e é delas
a longa jornada.
A estrada é sem volta...
E tão longa é a ida!
Que leve lhe torna
uma amiga querida...
Amiga querida é pouca palavra.
A palavra certa é toda-uma-vida.
quarta-feira, 12 de junho de 2013
arroubo
Nós, adultos, nos colhemos.
Do passado somos frutos.
Ser criança é uma árvore,
e não existe futuro.
Quanto mais velhos ficamos
mais o fruto é maduro.
E quando formos crianças
e quando formos felizes
veremos que o fruto é maduro
porque é todo raízes.
(Caímos de maduro
os eternos aprendizes.)
Do passado somos frutos.
Ser criança é uma árvore,
e não existe futuro.
Quanto mais velhos ficamos
mais o fruto é maduro.
E quando formos crianças
e quando formos felizes
veremos que o fruto é maduro
porque é todo raízes.
(Caímos de maduro
os eternos aprendizes.)
quarta-feira, 5 de junho de 2013
ensaio de oração
"ai meu Rio de Janeiro,
pára de me olhar assim!
Que este teu olhar de anjo
te transforma no meu fim.
De pra ti dizer que sim
de pr´aí me transportar.
De morar numa cidade
que casou o céu com o mar."
pára de me olhar assim!
Que este teu olhar de anjo
te transforma no meu fim.
De pra ti dizer que sim
de pr´aí me transportar.
De morar numa cidade
que casou o céu com o mar."
dedos de noiva
como a um copo de lírio
à noite serena
lhe caem as pétalas de prata
caramelos escorrem,
formosa,
deste teu nome de nata...
à noite serena
lhe caem as pétalas de prata
caramelos escorrem,
formosa,
deste teu nome de nata...
Assinar:
Postagens (Atom)