Eu não faço poesia.
A poesia faz-se em mim,
sou-su-a- lo-co-mo-ti-va.
Escolheu
a mim e a outros
para habitar.
E ferozmente habita-nos.
Precipita-se-nos.
E nós docilmente
(servilmente)
lhe emprestamos o lombo como cavalos.
Eia, Poesia!
Cavalos somos todos,
cavalos mortos de fome.
Aqui o pasto é rei
e pangaré não tem nome.
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