Bem em frente à minha vida
se aconchega a passarinha.
Vejo o quanto está fornida.
Vejo nela o que há de minha.
É o tamanho da barriga.
É o estar acomodada.
É nas folhas da urtiga
reclinar-se acocorada.
E o repousar no galho.
E o ventrinho saliente.
É das brigas abrigar-se
esperar e ser paciente.
Até que choca a semente:
Logo, logo, vai botar!
E que ninhada sairá.
A mãe vai passarinhar.
Do ninho redondo
da barriga quente
Cair com estrondo
chegar a ser gente
Nenhum comentário:
Postar um comentário