quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

amendoeira

Bem em frente à minha vida
se aconchega a passarinha.
Vejo o quanto está fornida.
Vejo nela o que há de minha.

É o tamanho da barriga.
É o estar acomodada.
É nas folhas da urtiga
reclinar-se acocorada.

E o repousar no galho.
E o ventrinho saliente.
É das brigas abrigar-se
esperar e ser paciente.

Até que choca a semente:
Logo, logo, vai botar!
E que ninhada sairá.
A mãe vai passarinhar.

Do ninho redondo
da barriga quente
Cair com estrondo
chegar a ser gente




Nenhum comentário:

Postar um comentário