segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

ouve, é tua alma!

(Tua alma está por demais
invadida por palavras.
Deixa que eu te mostre
que nela pode entrar,
para morar,
o silêncio.)

O bálsamo que acalma a loucura
não é um remédio.
São os braços quentes da compreensão.

O colo que ajuda a loucura
não é a saúde vindo dizer
que a loucura é a errada,
e a saúde, a certa.

Com a loucura não se bate de frente.

Acolhe-se
compreende-se
escuta-se

E, sobretudo,
ao invés de se querer encontrar para a saúde
um lugar dentro da loucura

Ao invés de a saúde
querer ali se alojar

Abre-se um espaço para que entre a loucura
dentro da saúde.

Sim, a saúde abriga a loucura como uma barriga a um bebê,
ternamente...

Com a loucura
não se aconselha nem argumenta,
traçam-se os limites
até onde a dor aguenta.

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