- "Diz-me, que te foi deixando
dura e encruada assim?
Eras crua, hoje és nua
Nua de interesse em mim...
- Não sejas tão complacente.
Assusta o que muito sente!"
Sinto que és como a maré
à mercê da tempestade.
Deixas que te invada o vento
infiel da minha vontade.
E que se te evada o alento
frente ao frio da minha verdade...
Perdes um pedaço cada
vez que apraz-me não ser fada.
As tuas luzes já não piscam
dentro da minha cidade...
E a flor do meu desejo
se apequena, vai murchando.
Se enraíza firme à terra
do não deixar esperando.
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